A escolha do nome "Nirvana" para a icônica banda de rock liderada por Kurt Cobain é um dos vários casos que podemos explorar da mudança de significados que as palavras podem adquirir quando mudamos o contexto. Nos anos 1980 e 1990, o grupo Nirvana se destacou na cena musical, especialmente no movimento grunge, desafiando as convenções com sua abordagem "suja" e "desleixada" do rock.
Ao batizar a banda, Kurt Cobain brincava com a dualidade do termo. Para ele, além de representar a iluminação budista e a libertação do ciclo de sofrimento, achava a palavra bonita e de som agradável. Porém, para os mais atentos, surge uma curiosa ambiguidade quando lembramos que a palavra budista nos remete a paz, satisfação, contentamento enquanto a vida de Cobain era justamente o oposto, marcada por desafios como depressão, vício e uma relação complexa com a fama.
Para uns, a apropriação do termo pela banda pode ser vista como algo levemente irônico. Também há os que interpretam como forma de observar o contraste entre uma palavra tão sublime e uma realidade tão caótica, seja a sociedade em que vivemos ou o tumultuado universo de vivências dos integrantes do grupo.